O início de um texto para mim nunca é tarefa fácil: as palavras custam a sair, as ideias teimam em não aparecer e a tão esperada "inspiração" parece que está lá bem escondida no seu cantinho. No entanto, à medida em que me debruço sobre o texto, o envolvimento vai sendo maior, as ideias ao poucos tornam-se claras e as palavras vão fluindo espontaneamente.
Da mesma maneira se passou com a minha ida para Bujedo. Apesar das boas expectativas que tinha, os "relatos" sobre Bujedo eram demasiados vagos, indefinidos e misteriosos, nos quais era uma constante a ideia de que era "uma experiência muito importante e forte na nossa caminhada e que tínhamos que aproveitar todos os momentos que por lá iríamos viver". Ainda que levasse comigo curiosidade, ansiedade e abertura, levava também alguma incerteza e confusão. A época de exames tinha acabado muito recentemente e eu sentia-me cansada e desanimada, de modo que só queria "férias a sério". Já para não falar na suposta "barreira" da língua.
E assim fui, de bagagem na mão, de espírito dividido, pronta para Bujedo.
Hmm, lembram-se das tretas que acabei de escrever de uma tal "incerteza e confusão", "cansaço e desânimo" e "barreiras"? Pois podem tratar de esquecer isso, porque foi exactamente isso que me aconteceu logo que lá cheguei.
Encontrei um espaço de tal modo preenchido por alegria, satisfação, convivência e solidariedade que não havia de modo algum espaço para desânimo, confusão ou cansaço.
Encontrei pessoas, encontrei língua diferente, encontrei hábitos diferentes, encontrei felicidade, encontrei amigos, encontrei divertimento, encontrei emoções, encontrei esclarecimento, encontrei Deus, encontrei experiências, encontrei umas "férias a sério"... e mais uns montes de "encontrei" poderia continuar a dizer.
E assim cheguei, cheia de "encontrei" e de vontade de estar no grupo, pronta outra vez para Bujedo : )